I
Pastor dos Mares
À deriva, a vagar por aí
entre-ondas, perdido
ou por Deus esquecido:
Dei de cara com escombros
com o assombro da vida,
de uma possível viagem.
E a bússola partida,
era trilha com o vento
em um veleiro branco,
pelo mar tenebroso,
no limite que faz
entender que a lida
recomeça no impulso
e os nossos recursos,
mesmo que sejam parcos,
encontramos no sangue.
Inventário de cinzas,
recomeço de nadas
e a possível viagem
pelas águas abertas.
E por baixo das nuvens
com você na cabeça,
sinto a vela curvando,
flutuando nos mastros.
Vejo o rastro de espumas
e a quilha que leva
do pensamento solto,
do voo livre ao pouso.
"... e os nossos recursos, mesmo que sejam parcos, encontramos no sangue."
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