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domingo, 28 de novembro de 2010

DOS MARCIANOS

De minha geladeira abro e penso uma maçã ao meio
A cidade é madrepérola com a ossatura minada por cantos escuros,
A cidade se ilumina ancorada em travestis e em planos de saúde,
Melhor assim, nada funciona:
Me disse que era triste meu amigo mais feliz.
Grande sertão Win Wenders...
Até que os mares subam e a gente flutue
Em barcos de garrafa pet.
Dentro de minha geladeira
Enquanto penso se como ou não a maçã
Iluminada pela luz fria
Se no escuro, como seria?
E se ao invés de barcos fossem cavalos
Atravessando a faixa de pedestres
Com uma criança em cada mão
O olho que não está no meio mas nas costas
Como os cegos por seus cães
Atropelados.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

DOS MONSTROS

Eu queria um poema monstruoso
Com garras de arame
E dentes de ginsu
Um poema que mutilasse
Que fosse bicho
Que tomasse de abrupto
Seu fígado
E seu estômago.
E revirasse tuas vísceras
Vivas e vermelhas,
Lhe arrancasse as tripas
Pelos dentes da boca,
Arranhasse, repartisse, recompusesse
Uma nova e cruel vitalidade;
Um poema que dissesse
De todos e de nenhum.
Como garfos aquecidos no gim
Como lâminas repartidas em luz
Um poema de flores e de cus
Um poema de rosa e de azuis
Um poema de satanás e de Jesus
O louco que te devora os pés
Ainda molhados do chuveiro
E que te lambe três vezes mais
Enquanto sangra.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

O QUE PODE O CORPO ?

e eu que pensava que deserto
estava só no espelho,
no cadafalso de camafeu,
dei por mim que das águas
o caminho do som, aquilo
que se inscreve na areia
assentado na memória
do tórax e do ânus,
chakras abertos pro nada,
assim como os mares.

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

S.V.O || sujeito.verbo.objeto


                                                                                                      
                           
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terça-feira, 21 de setembro de 2010

ENSAIO CRÍTICO

tento diluir
nas repetições
aquele que se afaga
debaixo das roupas
feitas de urtiga,
para que a cadela
que eu seja
com cílios postiços
e de salto agulha
se equilibre
simulando a manhã
num poema
faminto,
como se assim
pudesse reter o deserto
que li hoje à tarde
e estranhamente
dizia da água:

recipiente quase falso como o corpo do outro

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

DA CLAREZA


Não aprendi a magia das respostas lúcidas, tão claras seriam minhas palavras pra dizer o simples. Como dizer daquela tarde e do assombro do que aconteceria? A mesma ausência que demove o que dentro sopra e move? Só o amor que não oscila?


Tendo parte de tua vida inventado, me despeço dos cadernos. E a rima que seríamos é de  silêncio, pra que o sentido escorra e não seja eu nem tu, nem nós nem eles, e seja só, só, uma palavra que eu não disse.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

DAS MUSAS

A minha musa lésbica
como quem enfia a palavra, enfia a língua
E chega a tocar com a ponta
as paredes da casa.
Aflita, asmática e pessimista,
minha musa artista,
Vai pra pista, se encharca
Enquanto seu encharpe
Me devolve a fantasia
E a ressaca:
Nós sob luz estroboscópica
Eu e minha alegria histérica
o mundo e sua tristeza escondida
onde o poema apodrece
cheirando a álcool
e inseticida.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

DA ESPONTANEIDADE

Não é nada, apenas o tempo
que ainda não nos liberou
pra simplicidade
e encontrou a linguagem
que resume os desejos.
Se o poema fica no quase
ou se no quase
se inteira, é porque
tudo tem sua maneira
de reagir à vida.
Porque hoje não procuro
os dicionários, nem sequer a condição.
Deixo que faíscas e filtros determinem
na ansiedade do corpo
e na ira do tempo, o clichê
e o refinamento.

terça-feira, 27 de julho de 2010

autóctone

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quinta-feira, 3 de junho de 2010

terça-feira, 27 de abril de 2010

dos incêndios.

casa de fogo. islândias reversas. o mundo nos imagina ardendo. atentos
eu te imagino sorrindo. congelo se não te percebo.tudo tão mudo. revelo.
cenas que nunca existiram. ficção. memória e sal. fornos acesos.
o mundo nos imagina. belos em nossa próprias diferenças.
monstruosos em nossas semelhanças.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

na ressaca...

O iconoclasta
Sentou numa pedra
E perdeu aquilo que tinha
No signo que inventara pra si
Ficou a tentar lembrar dos nomes
E do amor que tinha pelas coisas
Mas percebeu que tudo foi na leva
Das destruições gratuitas

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

em busca do sinal

                             
performance que fiz pelo Coletivo Osso de Performance [salvador.brasil.]
em agosto/2009. 

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