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domingo, 28 de novembro de 2010

DOS MARCIANOS

De minha geladeira abro e penso uma maçã ao meio
A cidade é madrepérola com a ossatura minada por cantos escuros,
A cidade se ilumina ancorada em travestis e em planos de saúde,
Melhor assim, nada funciona:
Me disse que era triste meu amigo mais feliz.
Grande sertão Win Wenders...
Até que os mares subam e a gente flutue
Em barcos de garrafa pet.
Dentro de minha geladeira
Enquanto penso se como ou não a maçã
Iluminada pela luz fria
Se no escuro, como seria?
E se ao invés de barcos fossem cavalos
Atravessando a faixa de pedestres
Com uma criança em cada mão
O olho que não está no meio mas nas costas
Como os cegos por seus cães
Atropelados.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

DOS MONSTROS

Eu queria um poema monstruoso
Com garras de arame
E dentes de ginsu
Um poema que mutilasse
Que fosse bicho
Que tomasse de abrupto
Seu fígado
E seu estômago.
E revirasse tuas vísceras
Vivas e vermelhas,
Lhe arrancasse as tripas
Pelos dentes da boca,
Arranhasse, repartisse, recompusesse
Uma nova e cruel vitalidade;
Um poema que dissesse
De todos e de nenhum.
Como garfos aquecidos no gim
Como lâminas repartidas em luz
Um poema de flores e de cus
Um poema de rosa e de azuis
Um poema de satanás e de Jesus
O louco que te devora os pés
Ainda molhados do chuveiro
E que te lambe três vezes mais
Enquanto sangra.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

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