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sexta-feira, 11 de novembro de 2011



como uma estação que passa 
o vinho aberto respira
e retém o silêncio absorvido
na própria demência.

numa bandeja de prata, minha cabeça.
com algumas frutas vermelhas
para as crianças que choram 
por uma palavra encontrada
e fatalmente perdida.

enquanto lá fora 
os protestos seguem
sob balas de borracha.

Agora é tempo de orquídeas
e amanhã é sempre amanhã:
uma estética possível
de nossas impotências.


segunda-feira, 24 de outubro de 2011

10ª Bienal do Livro da Bahia

amigos, colegas, curiosos, vampiros, anjos, flores de todo tipo, reis e extraterrestes; a convite do poeta José Inácio Vieira de Melo, vou levar meu filho morto (estudos do corpo) para passear pela praça de cordel e poesia na 10ª Bienal do Livro da Bahia, no terceiro dia de novembro, às 18 horas. 
 


segunda-feira, 19 de setembro de 2011

PARA COMPOR QUINTAIS


Observa atento
a passagem dos dias

Deveria ser assim o meu canto de amor?
Um passavento nas folhas?

Ontem mesmo avistei um fruto
e lembrei da árvore imensa
de onde desciam coloridas sedas
e formavam redes, tuas pontes.

E lá embaixo, zanzando
com os fones de ouvido,
eu estive lembrando
de algumas palavras
feitas de água e doçura
e do delicado pássaro
que hoje é só mais um andrajo
entre as coisas.

Tu que me ensinaste o mundo,
observaria atento, se soubesses o quanto
vivo e pertencido, embora sem jeito
meu amor é fruto
que se abre
 em silêncio.


terça-feira, 16 de agosto de 2011

Aviso aos navegantes: lanço meu primeiro livro de poemas, através do apoio da Fundação Pedro Calmon/Secult-Ba, ao som do DJ Munch e sob a benção de Dionísio. Evoé! 
Apareçam! 





Participo neste sábado (20.08), a convite da Fundação Pedro Calmon, de um debate na  Feira do Livro da cidade de Feira de Santana.
http://www2.uefs.br/feiradolivro/programacao.pdf

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

LA PETIT MORT

Qualquer intermédio
entre a parede e a pele
aberta
pela esferográfica vermelha
me descrevendo na chuva
como uma nota musical
que se torna física no papel, tu
em linguagem que me toca
dos olhos no avesso
ou qualquer vice-versa
que teu argumento
possa dissimular, confesso
minha gula
e quedo morto no passeio
como se morrer
fosse só
imaginar.

terça-feira, 19 de julho de 2011

CONTA-GOTAS

I
Sobre o granito
E debaixo dágua, o céu
Empoçado no pavilhão
Da escola de música
Chove numa nota de oboé.

II
As bibliotecas são sempre
Espaços cobertos
Pelo tédio
Imaginando
Fruições no silêncio.

CONVITE

Sangue Novo: Alexandre Coutinho - André Guerra - Bernardo Almeida - Caio Rudá de Oliveira - Clarissa Macedo - Daniel Farias - Edson Oliveira - Érica Azevedo - Fabrício de Queiroz - Gabriela Lopes - Georgio Rios - Gibran Sousa - Gildeone dos Santos Oliveira - Janara Soares - Lidiane Nunes - Priscila Fernandes - Ricardo Thadeu - Saulo Moreira - Vânia Melo - Vanny Araújo - Vitor Nascimento Sá

LANÇAMENTO EM SALVADOR:
LOCAL: Livraria LDM - Multicampi
Rua Direita da Piedade - Piedade
DATA: 23 de julho de 2011 (sábado)
HORÁRIO: Das 10 às 14 horas

DA CIDADE

sexta-feira, 3 de junho de 2011

DOS NÓS


Invertidos em mariposas
de finíssima areia,

Simples como uma cadeira
transmutada em placas de vidro;

Construindo a romã
E suas pedras de água.

Nós
Como hashis de marfim
segurando imagens
no arroz,

Sobrepostos,
Como planícies reveladas numa mesa de bar,
Dispersos em gotas de licor
sobre o mamilo,

Preenchendo de beleza
O vazio das coisas,

Desfeitos
                      na superfície dos corpos. 


quinta-feira, 17 de março de 2011

DAS SINUSITES [ou dentes sensíveis]


                                                                         para Patrícia Simplício
Rompe sensação falsa
trincando a madeira

E os ossos do crânio
Que recriam o hiato

Até chegar à testa
sobe às narinas
A laceração dos sentidos
na agulha

Irrompe
E é quase desmaio
Mas é quase um segundo

Rompe sensação breve
de página em branco
estalando os dedos
sobre a taça

Há na colher pedaços de ameixa
creme em minha boca

Tudo é simples, renovado no espírito:
Estou numa sorveteria.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

DA FOTOGRAFIA

Dentro do liquidificador,
na solidão da dona de casa
que espera suas crianças mortas
para o almoço cenográfico,
misturam-se coisas do sangue
que adormeciam em jarros de barro
pra memória da lembrança
abestalhada
dos olhos.

sábado, 29 de janeiro de 2011

DOS SINTOMAS

Celulares pós-pagos pensando economias estratégicas,
Maiúsculas sintaxes amarradas em infalíveis doses de alegria,
Tento meter tudo na agenda para me lembrar dos custos
de toda área de transferência de minhas revisões,
Requento o perdão no microondas e meto na boca  
junto com o volume dos seios da protagonista,
Arroto uma cerveja no espaço da narração publicitária
entre as rolhas da garrafa de gênero aberto.

Na delicadeza do design do apartamento,
traíras voadoras cercam o lustre.

Recorto seminaristas aportados nos congressos de pesca
cantando Gonzaguinha e outras canções de esperança
a favor da construção de mais uma escada-rolante
que nos leve para fora daqui.

sábado, 15 de janeiro de 2011

DA MEMÓRIA

Pela árida esteira que desce à Parnaíba
Antes que eu já não lembre a cor dos olhos dela
Invento meus cavalos amanhecidos
Dentro da casa de sombras

Onde imaginadas estrelas
Destelham a nascente do quarto
E as crianças de outrora
Falseiam a memória e os perigos:

Serpentes na cabeceira do rio,
Insetos debaixo do lençol,
Os olhos do tio e da cascavel
Que espreitam qualquer sinal de fumaça.

No tempo em que se formam as pedras,
Em preces antes do sono,
Queimam os flamboiãs de fogo
Na praça dos meus afetos.

                                       
No período em que aconteciam as performances da MOLA, acabei passando por vários grupos de fanfarra que desfilavam na rua Chile. Fuçando meu laptop reencontrei esta imagem. 

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