Tecnologia do Blogger.

quinta-feira, 7 de junho de 2012

DOS ESTILHAÇOS


Lastros da casa antiga,
ferrugem, repletas de ferrugem
estão todas as vias.

Obnubilações da consciência
orfão subnegado, demônio do ar.
Arfando à procura do nome perdido
da face perdida na ilha submersa.

a volta que deste
a si mesmo impuseste
naufrágios,
abrindo portas e janelas
para abutres raivosos

que rondam teu fígado exposto
teu coração exposto, teus sonhos decompostos
por teus próprios amigos.

Restavam apenas três pormenores
desintegrados no tempo de um soluço,
fugazes como a alacridade de um sorriso:

Três descobertos e eram gêmeos
unidos pela violência de destruições incontáveis
e pelas mãos de uma mesma mulher, 
tão puta quanto a mãe.

O primeiro, reificado, eu mesmo.
O segundo ensaia risos, disfarça.
O terceiro ainda tritura entranhas
velado pela lua e incensos de canela.

O que ainda há de ser dito e transfigurado no poema
quando já nem mais podemos ficar
nus em nossas casas?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Translate

Seguidores

  © Blogger templates The Professional Template by Ourblogtemplates.com 2008

Back to TOP